Cum eo crucifixus
É tarde, Senhor, e a noite escura
O sonho cobre do raiar da aurora.
Tua esperança mesmo sem costura
Rota jaz neste apagar da hora.
O halo que houvemos de ventura
Velou-se de espinhos. E agora,
O sangue, o suor. A pisadura
Fez de nós imagem que apavora.
Sim. Padeceste crime sanguinário.
Já eu, confesso-me indigno pecador.
Porém, crucificados no Calvário,
Não temos tanto a partilhar, Senhor?
Se me abres a porta do Sacrário,
Falo contigo. Vê: conheço a dor.
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