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Cum eo crucifixus

 Cum eo crucifixus 

 

É tarde, Senhor, e a noite escura 

O sonho cobre do raiar da aurora. 

Tua esperança mesmo sem costura 

Rota jaz neste apagar da hora. 

 

O halo que houvemos de ventura 

Velou-se de espinhos. E agora, 

O sangue, o suor. A pisadura 

Fez de nós imagem que apavora. 

 

Sim. Padeceste crime sanguinário. 

Já eu, confesso-me indigno pecador. 

Porém, crucificados no Calvário, 

 

Não temos tanto a partilhar, Senhor? 

Se me abres a porta do Sacrário, 

Falo contigo. Vê: conheço a dor. 

 

Edmilson Soares dos Anjos 



São francisco abraçando a Cristo. -
Bartolomé Esteban Murillo (1668 - 1669 )






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