Pular para o conteúdo principal

Sexta-feira: “Nosso silêncio não é de desespero”

 
 
Sexta-feira da Paixão do Senhor. Só mesmo um Deus apaixonado seria capaz de tal entrega. Dia do silêncio, da agonia, das humilhações e dores sentidas por nosso Senhor. A celebração, realizada às três da tarde, recorda o episódio narrado por São João em seu Evangelho, de 18,1–19,42.

Sexta-feira Santa… Sexta-feira da cruz, dos pregos, do sangue, do pus e do escarro; da coroa de espinhos, do deboche, da humilhação, do desprezo, dos gritos de condenação e de dor, da covardia dos grandes, tudo contra Deus. Sexta-feira do absurdo e da malcriação.

Jesus Cristo é o Grão de trigo esmagado, que morre para gerar vida. Hoje é dia de solidariedade, dia de recordar nosso compromisso com os crucificados da atualidade: miseráveis, prisioneiros, perseguidos, explorados, sem-teto e sem dignidade. Tempo de imitar São Francisco e, sem nojo e sem medo, abraçar aqueles que ostentam as feridas de uma sociedade ferida de morte.

Sexta-feira da esperança que brota da fé gratuita do bom ladrão, o único que teve a sensibilidade de reconhecer a grandeza oculta sobre aquele ser humano chagado que sofria injustamente sobre o madeiro da cruz. “Ainda hoje estarás comigo no Paraíso”. Sonhar com o Paraíso mesmo em meio ao calvário é a grande lição que nos deixa o bom ladrão.

A certeza de que a Semana Santa não termina na Sexta-Feira da Paixão nos faz suportar a contradição de um Deus pregado na Cruz. Nosso silêncio não é de desespero, mas de meditação profunda sobre os mistérios de um amor tão grande como este com que Cristo nos amou.

Por intercessão de São Francisco, que Deus abençoe sua vida, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.

Frei Gustavo Medella

Comentários