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O Segredo de Francisco: Para todos os
pregadores
Que nenhum dos irmãos pregue contra a forma e a doutrina da
Santa Igreja nem sem a permissão de seu ministro. O ministro, porém, tome
cuidado de não a conceber indiscriminadamente. No entanto, todos os irmãos podem
pregar pelas obras. E nenhum ministro ou pregador se arrogue o cargo de ministro
dos irmãos ou o ofício da pregação como sua propriedade, mas à mesma hora que
lhe for ordenado, deponha o seu cargo, sem nenhuma objeção. Suplico por isso na
caridade “que é o próprio Deus” (1Jo 4,8), a todos os meus irmão que pregam,
oram ou trabalham, sejam clérigos ou leigos, que tratem de se humilhar em tudo,
nem se desvaneçam, nem sejam presunçosos, nem se envaideçam interiormente de
belas palavras ou obras, enfim de nada do que Deus às vezes diz, faz e opera
neles e por eles, conforme diz o Senhor: “Mas não vos alegreis de que os
espíritos se vos submetam” (Lc 10,20).
E estejamos firmemente convencidos de que não temos coisa
própria nossa senão os nossos vícios e pecados. Antes nos devemos regozijar
“quando cairmos em diversas provações” (Tg 1,2) e sofremos neste mundo na alma e
no corpo toda sorte de angústias e tribulações, por causa da vida eterna. Por
isso vamos nós, irmãos todos, acautelar-nos de toda vanglória e soberba.
Guardemo-nos das sabedoria deste mundo e da prudência da carne. Pois o espírito
da carne tem grande interesse em fazer muito em palavras e pouco em obras, nem
procura a piedade e santidade interior do espírito, mas antes avisa e deseja uma
piedade e santidade que apareça por fora diante dos homens. E é de tais que diz
o Senhor: “Em veredas vos digo, que esses já receberam sua recompensa” (Mt 6,2).
Porém o espírito do Senhor exige que a nossa carne seja mortificada e
desprezada, vil, abjeta e desprezível; e ele procura a humildade e a paciência e
a pura, simples e verdadeira paz do espírito; e acima de tudo deseja sempre o
temor de Deus, a sabedoria de Deus e o divino amor do Pai, do Filho e do
Espírito Santo.
Atribuamos ao Senhor Deus altíssimo todos os bens,
reconheçamos que todos os bens Lhe pertencem; demos-Lhe graças por tudo, pois
d’Ele procedem todos os bens. E Ele, o altíssimo e soberano, o único e
verdadeiro Deus, os possua com sua propriedade. E a Ele se dêem, e receba toda
honra e reverência, todo louvor e exaltação, toda ação de graças e toda glória,
Ele a quem pertence todo o bem, e que “só Ele é bom” (Lc 18,19). De nossa parte,
quando vemos e ouvimos alguém amaldiçoar, abençoemos; fazer o mal, façamos o
bem; blasfemar, louvemos o Senhor, que é bendito por toda a
eternidade.
Amém.
Escrito de São Francisco de Assis
Trecho do livro “São Francisco de Assis – O Santo da
Humildade”
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