Frei Almir Ribeiro Guimarães, OFM
Esta é uma reflexão sobre Santa Clara sob o prisma do minorismo. Toda a vida dessa mulher se passa sob o signo da simplicidade e da discrição. Tudo é simples, ela é uma irmã menor. A vida inteira de Clara é vida de amor e, particularmente, vida de amor numa postura num espírito de serviço.
Em Francisco e Clara, “minorismo” não deve ser entendido como categoria social (nobres e plebeus). Minorismo quer dizer um modo evangélico de viver. Quando Francisco afirmava categoricamente que os seus irmãos iriam chamar-se de “menores”, tinha consciência que esse apelativo lhe havia sido revelado por Deus. Desde o começo colocou-o nos mais primitivos esboços de Regra que andou fazendo. O Poverello tinha bem em mente a passagem do Evangelho: “Aquele que quiser ser o maior entre vós, faça-se o menor” (Lc 22, 26). “O menor no reino dos céus, esse será o maior” (Mt 11,11). Com Francisco nasceu na Igreja uma das mais nítidas formas “do espírito de infância” do Evangelho. Clara, por sua vez, o “feminizou”. Nem por isso, Francisco perdeu seu jeito cortês, nem clara os vestígios da aristocracia. Os dois simplesmente sobrenaturalizaram caráter e temperamento. Clara renunciou real e radicalmente à estirpe do sangue – real e radicalmente também – a aristocracia do espírito. Nela minorismo e elegância não se excluem, adquirem novo e ótimo sentido, humana e divinamente.
Os núcleos vitais de Clara são poucos. Podem ser reduzidos a três: pobreza, fraternidade e contemplação. Estas páginas, na verdade, não constituem um estudo sobre o minorismo de Clara, mas uma breve apresentação da Irmã menor que ela foi. Mais uma!
Descendo rumo à pobreza real
Pela manhã houve festa na catedral. À noite a festa foi na Porciúncula, naquele março de 1212. As coisas não começaram ali. Já haviam passados meses e anos. Deus foi tentando juntar dois caminhos que pareciam divergentes: um jovem burguês que havia lutado militarmente contra a nobreza da cidade e de uma jovem da alta linhagem de Assis. Ele, Francisco, feito pobre e mendigo por Cristo e Clara que, além de nobre, era rica e formosa. O coração de Clara se deixou arrebatar pela loucura de Francisco. “Pouco depois da conversão de Francisco, o Senhor se dignou por sua misericórdia e graça, iluminar meu coração”. Durante mais de um ano Clara guardou esse segredo como só sabem fazer os enamorados. Na Porciúncula, Francisco esperava por Clara, o mais novo membro de sua família. Naquela noite, Clara veio acompanhada de sua mais fiel amiga, Bona de Guelfuccio. Pelos caminhos, entre árvores, talvez os dois conversassem. Quem sabe Francisco veio acolhê-la ainda no caminho. Entre o desfilar das árvores os dois dialogavam. Dialogavam como fazem os enamorados, dizendo sempre as mesmas coisas. Atenção! Eles não falavam sobre si mesmos. “Francisco a exortava sempre a que se voltasse para Jesus Cristo”, atestou Quer dizer que se convertesse, como ele, à pobreza evangélica onde ele, Francisco, havia encontrado liberdade, alegria e amor. O amor a Jesus Cristo. Clara suspirava por esse amor. Estava disposta a tudo perder para viver uma tal entrega. Caminhos secretos e colóquios ardorosos amadureceram a grande decisão.
Pela manhã houve festa na Catedral, no Domingo de Ramos de 1212. Clara assistiu a tudo com suas belas toaletes. Belamente vestida em sua exuberante juventude, como vestida de noiva para o Amor mais ideal. Aconteceu algo inusitado. Todos foram chegando perto do degrau inferior do presbitério para receber o ramo de palma das mãos do Bispo ou por ele abençoada. Clara, absorta em seu amor interior, não se mexeu do lugar onde estava. O bispo Guido conhecedor do segredo desta divina abstração, desceu os degraus, foi na direção de Clara e colocou a palma em suas mãos diante dos olhos admirados e curiosos de todos. Clara, feliz mas ruborizada, considerou o acontecido como um prelúdio preparado por Deus, alguma coisa que não estava no programa.
À noite aconteceu festa na Porciúncula. A façanha tinha sido planejada por Francisco, com pleno acordo de Clara, e com a bênção do senhor À noite quando todos dormiam na casa-palácio dos Offreduccio, Clara havia tratado dom Pacífica, irmã de Bona. Saíriam pela porta dos mortos, por onde só passavam os cadáveres. Numa volta do caminho a esperavam os companheiros de Francisco que as guiaram até a Porciúncula. Em Santa Maria dos anjos houve o rito inesquecível e sem condições de ser repetido. Clara despojou-se de suas vestes de gala. Francisco cortou os cabelos da jovem e a revestiu com uma túnica simples com um cordão na cintura, um manto de tecido pobre e na cabeça um véu escuro e simples, sinal de consagração esponsal ao Senhor, naquela noite, naquela pequena família de irmãos menores, nascia a primeira irmã menor.
“A façanha, além disso, foi simbólica descer a ladeira empinada do Subásio para um lugar na planície, foi mais do que uma fuga romântica durante a noite: foi lançar-se heroicamente de um estado para outro, da riqueza para a pobreza, da nobreza para a humildade, da aristocracia para um estilo simples de viver. Foi também encontrar a verdadeira riqueza e com a mais alta nobreza de espírito A alegria daquela decisão durou a vida toda. Aquela que pelo sangue pertencia ao partido dos “maiores”, passava para sempre para os lado dos “menores evangélicos”.
A primeira coisa que fez, enquanto pode, foi vender a herança que lhe tocava e sem reservar nada para si, a distribuiu entre os pobres. Mesmo com exigências da família Clara deu a herança aos pobres.
O Senhor a fez fecunda de numerosas imitadoras, muitas delas da mesma esfera social sua, começando a Ordem das irmãs pobres com um estilo de vida semelhante ao de Francisco e os seus. Francisco se alegrou com o gênero de viver das irmãs: “Vendo o bem-aventurado Francisco que nós, embora frágeis e fisicamente sem forças, não recusávamos nenhuma privação, pobreza, trabalho, tribulação nem humilhação e desprezo do mundo e até julgávamos tudo isso as maiores delícias, como pôde comprovar frequentemente em nós, a exemplo dos santos e do seus frades, alegrou-se muito no Senhor” (Test de Clara).
Tal plenitude de júbilo tinha como mola o amor, e este amor – este enamoramento tinha nome e sobrenome: “Jesus Cristo pobre e crucificado”. Tudo se fazia por amor a este Senhor que foi colocado pobre no presépio, pobre viveu e nu foi levado ao patíbulo”. Francisco alimentou essa chama de amor enquanto pode por meio de seu exemplo e de suas palavras.
“Visto que por divina inspiração vos fizestes filhas e servas do Altíssimo e sumo Rei, o Pai celeste, e desposaste o Espírito Santo, escolhendo viver segundo a perfeição do santo Evangelho, quero e prometo, por mim mesmo e por meus irmãos, ter sempre por vós um diligente cuidado e especial solicitude, assim como tenho por eles” (Forma de vida para Santa Clara).
“Eu, Frei Francisco pequenino, quero seguir a vida e a pobreza de nosso altíssimo Senhor Jesus Cristo e de sua Mãe santíssima e perseverar nela até ao fim; e rogo-vos, senhoras minhas, e dou-vos o conselho para que vivais sempre nesta santíssima vida e pobreza. E estai muito atentas para, de maneira alguma, nunca vos afastardes dela pela doutrina ou conselho de alguém” (Última vontade escrita para Santa Clara).
Clara guardava esses escritos como se fossem mais preciosos que o ouro e os incorporou à Regra. Os dois bilhetes de amor se resumiam num apelo à busca da perfeição, da santidade. Clara e suas irmãs, enamoradas pelo Cristo pobre, fizeram o desponsório com o Rei dos Reis, sentado no trono das estrelas.
No âmbito da fraternidade franciscana
No léxico franciscano há dois substantivos chaves: minorismo e fraternidade. Prefiro fraternidade a minorismo. Franciscamente sendo irmão sou servo de meus irmãos. Foi o que se passou com Francisco e Clara. Não pretendiam eles inicialmente fundar uma Ordem. Deus deu irmãs a Clara e foi surgindo a realidade calorosa da fraternidade, foram se multiplicando essas fraternidades a ponto de ir se constituindo uma grande família espiritual. Clara não fundou nada. Jamais se designou fundadora. Para ela o fundador e plantador fora sempre Francisco e ela, com gosto, se designava de sua plantinha. “Plantinha” de São Francisco: próprio e belo nome com que Clara batizou seu minorismo.
Evidentemente, Clara passou para a história como verdadeira mãe da fraternidade franciscana feminina. Foi mãe antes de ser abadessa, cargo e título que teve que aceitar por imperativo jurídico e a instâncias persistentes de Francisco. Tal aconteceu três anos depois de estar exercendo com naturalidade, sem discussão a “função” de irmã-madre. A partir de então, preferiu usar a expressão “vossa abadessa e mãe”. Mas a sua última palavra testamentária – como sua assinatura e rubrica final – é “vossa mãe e serva”.
Todo seu esforço foi o de criar fraternidade: “mostrem-se sempre as irmãs preocupadas em manter entre si a unidade do amor mútuo”, “amando-se mutuamente” com a caridade de Cristo”, mostrando exteriormente o amor íntimo que alimentam para com todas as irmãs. Seu primeiro biógrafo afirma que Clara formava as irmãs com método certo e delicado amor, especialmente mediante reuniões semanais de toda a comunidade, momento em que deliberavam sobre todos os assuntos. “Muitas vezes o Senhor revela à menor o que é mais conveniente”.
Sim, Clara foi uma irmã-mãe e uma mãe-irmã: deitadas e já adormecidas as irmãs no grande dormitório, Clara se levantada discreta e escondidamente e observava cada cama e cobria com carinho as que na inconsciência do sono estavam descobertas para que não viessem a ter resfriado; era complacente com aquelas que por um motivo ou por outro tinham dificuldades com o rigor da vida comunitária e fazia assim para que as irmãs ficassem contentes. Quando notava que algumas demonstravam tristeza tomava-as à parte e sondava o motivo de tal tristeza “consolava a ponto e chorar com elas”. As melancólicas, hoje diríamos as estressadas, levava-as a um lugar separado, ajoelhava-se a seus pés com o intuito de tomar para si sua melancolia e levantava o seu ânimo com maternais carinhos; com as enfermos chegava quase a se desmanchar e aquilo que ela fazia transformou em lei na Regra que escreveu: indagar por si mesma ou por outras irmãs o que seria útil para aliviar seu sofrimento.
Esta fraternidade materna de Clara e das suas irmãs tornou-se muito dinâmica. Com expressões da bula de canonização “vivia fechada no estreito espaço claustral de São Damião, mas os raios da comunidade iluminaram para fora” convertendo os muros do convento em paredes transparentes, sim, vidros transparentes e assim iluminando o mundo. Não somente multiplicando o número de mosteiros (no momento de sua morte já existiam na Europa mais de cem) mas atraindo pessoas a São Damião, pessoas que vinham pedir oração confiando na eficácia da oração daquelas santas irmãs: pessoas de toda idade e todas as classes sociais, clérigos e cardeais e até mesmo papas. O próprio Francisco se conectava com Clara e suas irmãs buscando a luz divina nos momentos de crise. E o Papa Gregório IV chegou a considera-la “a mãe de sua salvação”.
Humildade pessoal
Este parágrafo é simplesmente complemento dos anteriores. Se a pobreza e a fraternidade marcaram o desenvolvimento clariano do minorismo, a humildade constitui o seu miolo mais íntimo: só é evangelicamente menor aquela pessoa que é humilde; somente a humildade forja evangelicamente o minorismo, somente ela cria fraternidade evangélica, isto é, com desaparecimento do ego.
Desta maneira foi humilde Francisco e também do mesmo modo Clara, os dois “no seguimento da pobreza e da humildade do amado Filho de Deus e da gloriosa Virgem Maria, sua Mãe”. Os exemplos são numerosos demais nas Fontes. Tomemos uns poucos: mandava as irmãs executarem alguma coisa sempre com muito respeito, a maior parte das vezes fazia o que precisasse ser feito sem mandar as irmãs; servi-as com gosto e carinho; lavava seus pés, limpava os vasos das doente.
O autor do artigo destaca um caso narrado no Processo de Canonização. Aconteceu com uma das irmãs externas. Quando estas voltavam Clara tinha o hábito de lavar-lhes os pés e, como final do rito, beijá-los. Certa vez, a que tinha sido lavada, no momento em que Clara ia beijar seus pés não suportou tanta humildade, retirou bruscamente o pé e tocou o rosto da abadessa com o pé. Clara se regozijou e tomando o pé no ar, beijou-o. Clara realizava uma ação simbólica que poderia colocar-se ao lado de tantas outras ações. Com esse beijo, ajoelhado e afetuoso, colocou como que o selo de sua característica firmeza de “mulher-mulher” a serviço de sua humildade e de seu amor, de seu minorismo. Era sua assinatura.
Nos píncaros da contemplação enamorada
No parágrafo anterior comentamos o dinamismo da humildade de Clara “para baixo”, para com as irmãs. Agora o autor do artigo pretende examinar a humildade de Clara para cima, seu minorismo diante do Sublime, sua vida altamente contemplativa.
Afirmemos logo que esta grande contemplativa contemplava Deus no mais elevado e no mais baixo. O Altíssimo Pai celestial esteve como luz suprema no começo de sua vocação e durante o curso de sua vida como o outorgador de toda graça, como meta suprema de sua vida. Queria que ela e suas filhas chegassem até o trono da gloria do grande Deus. Como seu pai e modelo Francisco cantava ao “Altíssimo Onipotente e Bom Quando enviava irmãs para a coleta de alimentos pedia que observassem as árvores bonitas e frondosas e louvassem a Deus. Quando vissem os homens também louvasse a Deus pelas coisas boas que eles fazem. Clara conheceu e viveu a contemplação do Absoluto, do Deus Uno em três pessoas e o Espírito. Tinha a Trindade bem presente em sua vida, mesmo quando trabalhava. Tanto é assim que escreveu na Regra essa norma franciscana: “de modo que o trabalho não extinga o espírito da santa oração e devoção a serviço do qual devem estar todas as coisas temporais”. O relacionamento fixo e fundamental de Clara com Deus era de filha com o Pai, da criatura com seu Criador, da devota diante do Sublime. No Processo se diz: “Permanecia muito tempo prostrada por terra”. Tinha o rosto iluminado quando saia da oração. As irmãs se alegravam como se ela estivesse vindo do céu. Irmã Benvinda de Perusa chegou a ver em Clara um halo de luz.
Clara viveu a contemplação do Absoluto nessa dimensão tridimensional que é o mistério do Pai do Filho e do Espírito Santo. Deve-se, no entanto, afirmar sem receio que para ela o mistério de Deus se reduzia e como que se concentrava na contemplação “daquele Filho do Altíssimo que a Virgem deu a luz”, seu “Jesus pobre e crucificado”: em seu minorismo mais radical ela se humilhava diante de Deus, ante o Deus aniquilado na encarnação e na paixão. Muitos de seus textos espirituais que começam com uma breve menção de Deus terminam na contemplação do Cristo pobre e crucificado, como se o imenso Sol da divindade se refletisse com toda claridade no pequeno espelho do “Filho do Altíssimo e da gloriosa Virgem”. A imagem do espelho foi certamente a mais feliz e perfeita de suas criações literárias. Esse espelho que ela olhava continuamente, compunha-se de três refrações: na parte inferior o “Rei dos anjos reclinado no presépio” no centro “ os muitos trabalhos e sofrimentos que suportou para a redenção do gênero humano” e na parte superior “seu inefável amor ao padecer livremente no lenho da cruz e nele morrer com a morte mais infame. Seu método? Olhar, meditar, contemplar. Talvez dissesse: “Não te esquecerei jamais, minha alma agonizará dentro de mim” (Lamentações 3,20):amor por Amor, aniquilamento por Aniquilamento.
Assim como o acontecimento do Alverne constituiu o cume místico da vida de Francisco, com a estigmatização, pode-se dizer que para Clara foi um Tríduo santo. Desde o anoitecer da Quinta-feira santa até a noite do sábado, no lugar habitual de sua oração, permaneceu absorta, alheia a si mesma e a tudo com um olhar inefavelmente perdido. Uma de suas filhas, sua parenta, entrou onde a Madre estava e testemunhou que ela estava alienada. Até que no sábado, já de noite, não pode mais e acercou-se no rosto de Clara com uma vela acesa e exigiu que voltasse a si em obediência a São Francisco que lhe havia ordenado de não passar um dia sem comer. Clara como que voltando de outro mundo, exclamou:
- Para que esta vela acesa? Estamos de dia, não é?
– Madre, respondeu a irmã sua parenta – foi uma noite, passou-se um dia inteiro e chegou outra noite.
-Bendito seja este sonho, filha amada, porque foi concedido o que eu tanto havia aspirado. Enquanto eu viver não conte a ninguém.
Foi um sonho pascal. Talvez essa monja parente tenha sido Irmã Amada, sua sobrinha, que Clara havia conquistado para o amor do Crucificado na flor de sua juventude quando esteve em São Damião para notificar à tia seu casamento com um cavaleiro. Esta mesma Irmã Amada que numa outra noite de sexta para sábado, a última semana de Clara nesta terra, ouviu sua santa tia perguntar-lhe, imersa no mistério radiante de outro êxtase: “Não vês o que eu estou vendo? O Rei da glória?”
Estava aniquilada de gozo diante do seu amor crucificado e glorioso
Até o fim
Assim viveu, assim morreu. Poderíamos descrever a sua morte como o ocaso esplendoroso de uma contemplativa “menor” e o foi em todos os pormenores, preciosos pormenores. Contentar-me-ei com um só, como uma pérola final. Em uma de suas últimas noites agônicas, Clara profere surpreendentemente estas palavras: “Vai segura, porque tens uma boa escolta para o caminho. Aquele que te criou antes de te criar previu que te santificaria. Logo que te criou derramou em ti o Espírito E cuidou de ti como uma mãe cuida do seu pequenino”.
- Com quem estás falando, Madre? Para quem estás dizendo estas palavras?
– Falo com minha alma bendita.
Falava consigo mesma, esta bendita mulher de sessenta anos, contemplando todo o curso de sua vida sob o arco-íris da bondade de Deus pairando sobre ela. Era a experiência alegre de sua pequenez amada e protegida pelo Senhor sempre e em tudo. Deixou definitivamente sua assinatura no epílogo de tudo: “Graças, Senhor, por me teres criado”.
Estrofe culminante de seu divino otimismo vital e canto de cisne de seu minorismo.
Fonte: http://www.franciscanos.org.br/
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