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Religiosos se reúnem no Convento São Francisco para celebrar o dia da Vida Consagrada



Frei Gustavo Medella

Centenas de religiosos de toda a Arquidiocese se reuniram nesta segunda-feira, dia 02 de fevereiro, na Igreja do Convento São Francisco, para celebrar a Solenidade da Apresentação do Senhor, dia em que também se recorda a vida consagrada na Igreja. As atividades, coordenadas pelo núcleo paulista da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), tiveram início às 13h30, com a Adoração ao Santíssimo Sacramento, conduzida pelo Bispo Auxiliar de São Paulo e responsável pela Vida Religiosa na Arquidiocese, Dom Julio Endi Akamini. Em seguida, a assembleia, formada por religiosos e também leigos e leigas em geral, se dirigiu para a Igreja da São Francisco das Chagas, da Ordem Franciscana Secular, que fica ao lado do convento, onde teve início a celebração da Missa Solene, presidida pelo Arcebispo de São Paulo, o Cardeal Dom Odilo Scherer, com a acolhida da Assembleia e a bênção das velas, conforme prescreve o Missal Romano. Em seguida, todos se dirigiram em procissão luminosa para a Igreja do Convento, onde a celebração continuou. A missa contou ainda com a participação do Bispo da Diocese de Lorena, o franciscano Dom João Inácio Müller, do Abade do Mosteiro de São Bento, Dom Mathias Tolentino Braga, além de outros diversos sacerdotes de diferentes institutos de vida consagrada.

Na homilia, Dom Odilo recordou o episódio narrado pelo Evangelista Lucas, celebrado na Solenidade da Apresentação do Senhor. Também lembrou que a história de São Paulo está intimamente ligada com a presença da vida consagrada. “São Paulo começou com os religiosos. Lembremos dos jesuítas, São José de Anchieta, Padre Manoel da Nóbrega. E depois as grandes ordens que aqui se estabeleceram por primeiro, franciscanos, beneditinos, carmelitas, começando um trabalho permanente e estável aqui”, ressaltou. Falando sobre a atualidade, disse se sentir grato a Deus pelo grande número de institutos, com diversos carismas e vocações, que estão presentes na Arquidiocese. Dom Odilo aproveitou ainda para incentivar os religiosos a seguirem firmemente o caminho da vocação que abraçaram. “Minha palavra é de encorajamento. Vocês dão um grande testemunho do seguimento de Cristo. Permaneçam firmes neste caminho bonito, resgatem a vida e a história de seus fundadores, sejam testemunhas fiéis de Cristo”, exortou.

Em nome do núcleo de São Paulo da Conferência dos Religiosos do Brasil, a Irmã Inês Camargo, Franciscana Seráfica, fez um agradecimento à Arquidiocese, na pessoa de Dom Odilo, e também à Fraternidade Franciscana do Convento São Francisco, referindo-se ao guardião Frei Luiz Henrique Aquino, pela acolhida a todos que participavam da celebração. Frei Luiz, por sua vez, também se disse contente com a presença de todos e convidou os participantes para partilharem, após a missa, um bolo no refeitório do convento, em celebração pelo Dia da Vida Consagrada e também comemorando os 13 anos da Ordenação Espiscopal de Dom Odilo, que agradeceu pela lembrança. “Há exatos 13 anos, no dia 02 de fevereiro de 2002, data que não dá para esquecer, eu era ordenado na cidade de Toledo, PR. Depois, logo vim para São Paulo, como bispo auxiliar e por aqui fiquei. Peço que rezem por mim e eu rezarei por vocês. Nós bispos, precisamos muito da oração do povo e também por isso o Papa Francisco sempre pede que rezem por ele”, recordou Dom Odilo.



Para bispo responsável pelos consagrados, sem a Vida Religiosa, a Igreja seria incompleta

Na opinião do Bispo Auxiliar e responsável por acompanhar a Vida Religiosa na Arquidiocese de São Paulo, Dom Julio Akamine, que também é membro de um instituto de Vida Consagrada (Sociedade do Apostolado Católico – Palotinos), com 36 anos de consagração, a vida consagrada é parte constitutiva da Igreja, e, por este motivo, uma Igreja sem a presença dos religiosos seria “uma Igreja incompleta, na qual faltaria um elemento essencial”. Além desta lacuna institucional, Dom Julio apontou algumas carências práticas que poderiam ser notadas na Arquidiocese de São Paulo caso não houvesse a presença da Vida Religiosa nesta porção da Igreja Particular: “No aspecto prático, haveria uma carência muito grande na área da educação, pois os religiosos e religiosas sempre se dedicaram muito a esta área. Faltaria também uma presença muito forte na assistência social, no cuidado com os mais pobres, com os marginalizados, a presença nos meios populares, nas periferias, na área da saúde. Faria falta também o trabalho que os religiosos realizam nas paróquias, o atendimento pastoral, e faltaria também o testemunho profético daqueles que vivem com radicalidade o seguimento de Jesus Cristo”, explicou Dom Julio.

Opção é vista como caminho de realização

Na homilia, Dom Odilo ressaltou que os religiosos devem testemunhar para o mundo que a realização plena do ser humano se encontra em Deus. Num mundo de muitas ofertas de sentido, para o cardeal, a vida religiosa é um sinal de busca e de encontro com um sentido capaz de tornar a vida plena. Para a jovem Irmã Giuliane, de 30 anos, da Congregação das Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus, a vida religiosa tem diante de si um horizonte de muita esperança: “A gente sabe que é o Espirito Santo que move a vida consagrada da Igreja. E ele é dinâmico. De formas diferentes, o Espírito continua suscitando bons frutos na vida consagrada”, relata. A religiosa, que tem nove anos de vida consagrada, atualmente se dedica ao trabalho educacional em um dos colégios da congregação.

Trilhando o caminho da vida consagrada há mais tempo, Irmã Maria de Nazaré, da Congregação das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, tem 56 anos de caminhada como religiosa. O instituto à qual pertence possui uma grande variedade de trabalhos de evangelização. Atualmente, Irmã Maria, que lecionou por muitos anos, trabalha em um colégio, auxiliando na direção. “Todos os dias eu agradeço a Deus pelo dom da minha vida, maior presente que eu poderia ter recebido”, relata a irmã com um largo sorriso.

Responsável pela animação dos cantos na celebração, Irmão Célio Leite, natural de São Miguel, RN, é Rogacionista do Coração de Jesus há quatro anos. O carisma de sua congregação é promover a oração e o trabalho em prol das vocações para a vida religiosa. “Como religioso, me sinto muito realizado e grato a Deus por Ele estar conduzido minha vocação e minha missão nesta terra de São Paulo”, relata Irmão Célio.

Fonte: http://www.franciscanos.org.br

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