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Especial: Frei Galvão - Assistente Espiritual - OFS




SANTO ANTONIO DE SANTANA GALVÃO, ASSISTENTE ESPIRITUAL
DA ATUAL ORDEM FRANCISCANA SECULAR - OFS

Num contexto cultural e religioso completamente diferente dos dias de hoje, de 1.777 a 1819 (até três anos antes de sua morte), Frei Antonio de Santana Galvão ocupou-se em diversos períodos com o serviço da assistência espiritual à então chamada Terceira Ordem Franciscana, TOF, do Largo São Francisco em São Paulo.

Naquele tempo a ‘Mesa Diretora’ da TOF apresentava três nomes de Frades ao Provincial que nomeava o Comissário. Em 18 de outubro de 1776, consta que ele exerceu a função de ‘Comissário Visitador’ da TOF de São Francisco. No ano seguinte foi nomeado ‘Comissário’.

A Capital de São Paulo era centro de partida dos bandeirantes – descobridores de minas de pedras preciosas e muitos deles se tornaram membros da Fraternidade, cujos corpos ainda hoje estão abrigados no Jazigo das dependências que atualmente estão em fase de restauro.

A população crescia em torno das atividades religiosas que se desenvolviam, mas em 1816, São Paulo tinha apenas 15.382 habitantes.

A florescente Ordem Terceira Franciscana de São Paulo era formada por pessoas de influência e de autoridade na cidade. Consta na história da antiga Capela da Ordem Terceira que D. Manuel da Ressurreição, então Bispo Diocesano, recebeu a patente de Irmão da Ordem das mãos de Frei Antonio de Santana Galvão, “em atenção aos grandes benefícios que o Excelentíssimo Senhor tinha feito e diariamente fazia a esta nossa Venerável Ordem”.

Como Frei Galvão coordenava a assistência espiritual, bem como de modo geral o “Recolhimento da Luz”, consta do arquivo da TOF que muitas irmãs foram nomeadas por ele como membros da TOF.

Apesar do crescimento de membros, também naquela época já havia momentos difíceis na gestão financeira e Frei Antonio com sua inteligência privilegiada orientava aos membros da Mesa Diretora, como melhor agir nas dificuldades. “A transformação do capital da Ordem Terceira em bens imóveis – uma das determinações dadas por Frei Galvão – ‘seus principais se reduzam a bens de raiz por serem os juros proibidos’, foi sem dúvida uma media sábia e de alto valor, que permitiu à Ordem fazer frente à reedificação de  sua Igreja e conquistar uma posição sólida e estável nos últimos decênios do século XVIII, escreve Ortmann (História da Antiga Capela).

O calçamento das ruas da cidade começou apenas em 1781 e em 1788 a reconstrução da ponte do Anhangabaú. Verificou-se o aumento das rendas públicas pelo desenvolvimento do comércio e produção do açúcar.

Os traços do catolicismo implantado no Brasil apresentavam “traços próprios entre os quais se destaca o seu caráter leigo, social e familiar”. Leigos porque é marcante a presença e atuação do leigo nos organismos eclesiásticos, bem como nas ...Associações religiosas que se distinguiram por grande atuação na Igreja e na sociedade do longo da história...

Havia uma interpenetração notada e sentida entre o catolicismo e a vida social e familiar. Os fatos familiares tinham sua celebração religiosa, que por sua vez era motivo de festas. A ... Igreja era o centro do povoado... e daí partia toda a orientação familiar e social.,,, As procissões e festas religiosas quebravam a monotonia e a rotina da vida diária, sendo muitas vezes uma das poucas oportunidades para o povo se distrair...

No serviço de assistência à Ordem deu particular atenção à observância dos sufrágios, dos membros falecidos, determinando aos seus membros que fossem fiéis à observância dos estatutos e primitivas determinações...

Notável foi a devoção de Frei Antonio à Imaculada Conceição de Maria a quem foi fiel ao juramento de servi-la como sua mãe e senhora e certamente ele a transmitia a todos os membros da Ordem.

Frei Galvão tinha sólida formação religiosa e espiritual, tendo iniciado seus estudos com os Jesuítas e depois aprimorou sua formação na Ordem Franciscana. Por isso, além de Assistente Espiritual da TOF exerceu muitos cargos importantes na cidade. Foi um religioso de muita capacidade, extraordinária virtude, grande zelo apostólico e notável saúde, merecedor da confiança dos superiores religiosos e eclesiásticos e querido por toda a população de São Paulo.

Por tudo, Deus seja louvado!

Fonte: Frei Antonio de Sant’Anna Galvão

Volume II – Biografia documentada – Roma – 1993.

Trechos organizados por Maria Aparecida Crepaldi, OFS.

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