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Olhar sobre a fraternidade e a amizade social

 



Essa ultima quaresma nos convidou a olhar sobre a fraternidade e a amizade social. O lema da campanha parte do Evangelho de Mateus, no qual há uma multidão ao seu redor e ele fala sobre a atitude dos escribas e dos fariseus, que são aqueles que falam e não fazem, que colocam peso e ônus nos ombros dos outros, mas não cumprem. Querem os primeiros lugares, querem ser reverenciados, querem ser vistos por todos. Nessa ocasião, é necessário que ampliemos a tenda, para que todos caibam, porque o que Jesus nos diz é que um só é o Pai e que nós todos somos irmãos e irmãs. Somos convidados a agir com humildade. Jamais humilhar uma pessoa, mas agir com humildade. E vale a pena refletir. Quais são os fariseus que estão em mim? A cor da pele de uma pessoa me diz que ela é mais ou menos filhos de Deus? O racismo, algo tão forte e presente na nossa sociedade está em mim? O gênero da pessoa, se é homem, se é mulher, se é homossexual, faz diferença? Essa pessoa é mais ou é menos filho de Deus? A condição social, ter poder aquisitivo ou não ter, será que está presente em mim? E a aporofobia? Que é o desrespeito pelo pobre. 

As pessoas que confessam uma outra fé, elas são respeitadas por mim?  O sagrado do outro é sagrado, ou eu vivo a intolerância religiosa? A origem de uma pessoa de um país latino-americano, quer dizer que ela é menos importante do que uma pessoa de origem europeia? Será que a xenofobia é um fariseu que está dentro de mim? E quanto à posição política de uma pessoa que pensa diferente de mim? Ela permite que eu estenda a tenda e ela possa se sentar do meu lado? Ou, por pensar diferente, precisa ser excluída e cancelada? Na sociedade, vemos agressão, violência, verbal, assédio e desrespeito. Tudo isso está presente em mim? 

Eu trato as pessoas em diferentes posições na sociedade da mesma forma, uma vez que todas as pessoas são filhas e filhos de Deus? Ou eu desrespeito os catadores e pessoas em situação de rua, entregadores, aqueles que fazem a limpeza, seja na rua, seja nos espaços de trabalho? Como eu trato as pessoas de modo geral? Todas elas são para mim templo do Espírito Santo e filhas de Deus, assim como cada um de nós somos? A notícia da morte e a tragédia que estamos vivendo, com de milhares de mortes acontecendo, não porque Deus assim decidiu, mas porque as pessoas humanas acharam que essas pessoas podem morrer, além da banalização diante da morte são fariseus que estão presentes em mim? Vale a pena refletirmos.

Márcia Castro

Escola de Fé e Política Waldemar Rossi

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