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O tríduo e a Festa de São Francisco - 2014

Irmãos e Irmãs,
Paz e bem!

O tríduo e festa de São Francisco que ocorreu nos dias 01 a 04/10/14 foi uma bênção!

O Largo São Francisco recebeu um novo ardor, muita alegria, fiéis em busca de receber uma bênção, um sorriso, um abraço.

Muitas pessoas para lá e para cá. Entravam numa igreja, entravam na outra.

As missas e o trânsito na igreja das Chagas foi uma beleza!

Muitos irmãos estiveram presentes.

Agradeço a todos que colaboraram, trabalharam e vivenciaram a Fraternidade.

Isto é a Fraternidade. A Vida em Fraternidade!

Que Deus em sua bondade infinita conceda muitas bênçãos e graças a todos!

Deus seja louvado!

Maria Nascimento   

Tríduo termina com Transitus de São Francisco de Assis

O Tríduo Preparatório para a Festa de São Francisco, no Convento São Francisco, no centro de São Paulo, terminou nesta sexta-feira, 3 de outubro, às 18 horas com o Transitus do Seráfico Pai Francisco, uma tradição na Ordem Franciscana. Foi no entardecer deste dia que o Santo de Assis passou deste mundo para a eternidade, como tão bem encenaram os doze jovens vocacionados do Convento São Francisco, que representaram os primeiros companheiros de Francisco, e as cinco jovens da Paróquia São Francisco de Assis da Vila Clementino, que representaram Clara e as suas primeiras irmãs.
A última Missa do Tríduo foi presidida por Frei Gustavo Medella e concelebrada por Frei Alvaci Mendes da Luz, às 15 horas. No primeiro dia, foi o ramo masculino da Ordem Franciscana que abriu o Tríduo; no segundo dia foram as irmãs religiosas e, neste encerramento, a Ordem Terceira Secular foi convidada para estar à frente da celebração e falar do modo de vida dos terceiros franciscanos.

“Eu não tenho nenhuma dúvida de que os três ramos da Família Franciscana são igualmente amados pelo Pai Francisco de Assis. Tanto os frades, as religiosas e os leigos da Ordem Franciscana Secular. Agora uma opinião pessoal. Tenho a impressão de que para a Terceira Ordem Franciscana Secular é um desafio maior ainda apresentar a identidade franciscana. Isso porque nós, os frades, mesmo que às vezes não sejamos ‘aqueles’ frades, mas se pusermos o hábito as pessoas logo identificarão: “Ali vai um franciscano!”. As irmãs também. Mas, agora, o leigo franciscano tem como distintivo dele o testemunho, o modo de  ser, os valores que ele apresenta pelo seu jeito de ser e aí, só convivendo ou falando “sou um terceiro franciscano” que nós descobrimos. Então, tornar visível o carisma, o modo de ser de Francisco de Assis na vida dele, na vida secular, é um grande desafio. Tanto que temos diversos irmãos aqui e, que se vocês não os conhecem, não vão saber se são ou não franciscanos. Por exemplo, quem fez a Primeira Leitura foi o irmão Carlos Milton dos Santos, vice-ministro da Fraternidade das Chagas e quem vai falar sobre o tema do dia e um pouco sobre a Ordem Franciscana Secular é Maria Aparecida Crepaldi, a Cidinha, Conselheira da Presidência do CIOFS (Conselho Internacional da Ordem Franciscana Secular)”, esclareceu Frei Medella.


ORDEM FRANCISCANA SECULAR

“Hoje no século XXI, a grande Família Franciscana no mundo inteiro tem a maior parte de seus membros na Ordem Franciscana Secular – OFS, dimensão leiga do carisma franciscano, que atrai a si também a Juventude Franciscana – JUFRA, pela qual a OFS se sente responsável e, com a assistência espiritual de nossos frades e religiosas, procura levar adiante esta presença franciscana na vida da Igreja e do mundo”, explicou Maria Aparecida.

Segundo ela, no mundo inteiro a OFS está em 112 países, com Fraternidades nacionais constituídas oficialmente e as emergentes, que estão em formação, sobretudo no Leste Europeu e Ásia. No Brasil, tem cerca de 17.000 membros em 16 áreas do país. “Todos os dias devemos agradecer a Deus o dom da vida, da fé e da vocação. E honramos a Nosso Senhor se com a vida o testemunhamos, com a fé o glorificamos e com a vocação exercemos a nossa missão fazendo sua Santíssima Vontade. Se assim vivermos, com certeza podemos rezar o Pai Nosso confiantes e sermos testemunhos neste mundo que tanto necessita do carisma franciscano para cultivar a justiça e a paz”, ensinou a conselheira da OFS.


TRANSITUS DE SÃO FRANCISCO

Com muita seriedade, fé e devoção, os jovens vocacionados do Convento São Francisco emocionaram as pessoas que lotaram a Igreja das Chagas no Largo São Francisco para a encenação da morte de São Francisco.

Frei Anacleto Gaspski presidiu a celebração e Frei Alvaci fez a narração dos últimos momentos de vida do Seráfico Pai. Segundo conta São Boaventura na Legenda Maior (14,6),  “as cotovias, que são amigas da luz e detestam as trevas dos crepúsculos, na hora do trânsito do santo homem, sendo que o crepúsculo da noite já estava iminente, chegaram em grande multidão sobre o teto da casa e, rodeando longamente com uma insólita jubilação, davam testemunho alegre e evidente da glória do santo que costumava convidá-las ao louvor divino”.

Naquele dia 3, como conta seu biógrafo Frei Tomás de Celano, “colocando assim sobre a terra, despojado da veste de saco, ele elevou, como de costume, o rosto ao céu e, fixando-se todo naquela glória, cobriu com a mão esquerda a chaga do lado direito para que não fosse vista. E disse aos irmãos: ‘Eu fiz o meu dever, que Cristo vos ensine o que é vosso”.
Terminada a encenação, os jovens ainda estavam tensos – especialmente Breno Nascimento, que representou Francisco -, mas não saíram correndo para descontrair. Formando um círculo, abraçaram-se e agradeceram a Deus por terem concluído o desafio de representar um momento tão sagrado para os franciscanos.

E São Francisco de Assis deixou sua mensagem…

As celebrações e bênçãos durante todo dia de São Francisco nas igrejas franciscanas de São Paulo, deixaram ainda mais viva a mensagem de São Francisco de Assis. Seus devotos aproveitaram o sábado, neste 4 de outubro, para homenagear o santo das criaturas, do amor ao Crucificado, do amor aos pobres, do amor ao Menino Deus, do amor às pessoas nas periferias. Foi assim durante todo o dia deste Santo tão querido pelo povo. Tanto na Paróquia São Francisco de Assis, na Vila Clementino, como no Convento do Centro de São Paulo, onde São Francisco é Padroeiro, o dia foi intenso. No largo São Francisco, a Missa das 15 horas estava repleta de fiéis, e foi transmitida ao vivo pela rede de TV Canção Nova. A Missa foi presidida pelo Ministro Provincial Frei Fidêncio Vanboemmel e concelebrada pelo pároco Frei Luiz Henrique de Aquino, pelos vigários paroquiais, Frei Gustavo Medella, Frei Alvaci Mendes da Luz e Frei Diego Melo. A celebração teve ainda a presença de Frei David Raimundo, Frei Anselmo München, Frei Virgílio e Frei Elias, além da participação de religiosos e religiosas.

Em sua homilia, Frei Fidêncio contou aos devotos um pouco da vida de São Francisco. “Todos nós conhecemos a vida de São Francisco, quando ele, um dia, na procura da vontade de Deus, entra na igrejinha de São Damião e se coloca diante do Cristo crucificado. E Francisco estava numa inquietação muito profunda, se perguntando, ‘Senhor, que queres que eu faça?’ E naquele dia, ele ouviu uma voz que dizia: ‘Francisco vai, restaura a minha igreja’!”, contou o frade. 

O Ministro Provincial falou a respeito desta restauração, que não era apenas física, como Francisco concluiu num primeiro momento, mas uma restauração profunda, nas estruturas da Igreja mesmo: “Deus queria dele algo muito maior do que meramente restaurar três igrejas”, acrescentou. 

Frei Fidêncio falou ainda sobre o Papa Francisco e vários episódios de seu Pontificado, como a visita do Santo Padre a Assis, no ano passado e a Lampedusa. Nestas visitas, o Papa Francisco esteve com crianças deficientes, com refugiados, e com outros necessitados. O frade ressaltou que estes gestos do Papa Francisco foram um modo de resgatar a imagem de São Francisco, restaurador da casa de Deus, da vida e do coração humano. “Nós hoje, cristãos, precisamos ter esta sensibilidade, em primeiro lugar, com o nosso próximo, com os nossos leprosos, com a lepra da modernidade”, afirmou o frade. 

O Ministro Provincial falou também a respeito dos desafios que os cristãos devem enfrentar hoje. “Mais do que nunca, nós, cristãos, precisamos ser profetas e profetizas da paz e da esperança no nosso mundo de hoje. Quantos conflitos no Oriente Médio? Mas ao sairmos na porta da nossa igreja, aqui no centro histórico de São Paulo, quanta dor, quanta violência, quanta indiferença. Quanta necessidade de paz, quanta insegurança, nós temos também nas nossas vidas, nas nossas famílias”, disse Frei Fidêncio. 

Ele lembrou ainda do pedido do Papa Francisco aos cristãos que estejam nas periferias. Mas recordou que não são apenas os espaços geográficos, mas também as periferias existenciais. “Estas periferias existem em toda parte. Até nos apartamentos mais chiques, lá também existem pessoas que vivem a periferia do isolamento, da solidão”, concluiu o frade. 

No momento do ofertório, Frei Alvaci apresentou as crianças que entraram, representando as fases da conversão e da vida do santo de Assis. A vida como jovem rico, a conversão, o encontro com Santa Clara, a ligação com a natureza e as criaturas e, por fim, as chagas em seu corpo. Ao final da missa, Frei Alvaci fez os agradecimentos aos presentes, e a todos que ajudaram na organização e execução da Festa de São Francisco de Assis. 

Presença dos surdos na festa 

A tarde dedicada a São Francisco de Assis teve continuidade no Largo São Francisco. A missa das 16h30 foi presidida por Frei Diego Melo, coordenador do SAV – Serviço de Animação Vocacional. A missa contou ainda com a presença de Frei Alvaci Mendes da Luz, que ajudou na tradução da celebração em libras, a linguagem de sinais usada pelos surdos, que participaram da celebração e a tornaram ainda mais especial. 

Em sua homilia, Frei Diego destacou a figura de São Francisco de Assis, e sua importância não somente para os católicos, mas para toda a humanidade, por sua bondade, radicalidade e sua relação com o meio ambiente. “A decisão de São Francisco, e a alegria, tão radical, de deixar tudo, de ter descoberto na Palavra do Senhor a resposta para sua vida, a maneira como ele não só ouviu, mas encarnou e viveu esta Palavra, de fato nos interroga e nos faz perguntar se nós já descobrimos a verdadeira palavra, capaz de causar uma revolução dentro de cada um de nós. Faz-nos perguntar a nós mesmos, qual é o verdadeiro amor de nossas vidas”, disse o frade. 

Frei Diego questionou ainda aos presentes: “Qual é a medida da nossa alegria e do nosso entusiasmo ao abraçarmos a nossa vocação, seja ela qual for, religiosa, matrimonial, laical. Qual é a medida da minha adesão a este chamado que o Senhor nos faz?” 

O frade falou ainda a respeito da realidade em que vivemos, num mundo individualizado, onde as pessoas não se conhecem mais, não têm o desejo de começar novas relações, e o desafio de ser seguidor de São Francisco neste contexto. “Diante deste mundo, que, cada vez, mais está fechando-se, enclausurando-se, tornando-se egoísta, São Francisco hoje vem nos apresentar o grande dom e a alegria da fraternidade. De olhar para as pessoas e não enxergar nelas concorrentes, pessoas que podem ameaçar a minha liberdade, mas olhar para as pessoas e enxergar o reflexo e a bondade de Deus que está ali no irmão, na irmã, seja ele conhecido ou não”, concluiu. 

No momento do Pai Nosso, o celebrante pediu que os surdos ficassem no presbitério, e falou a respeito do gesto na oração do Pai Nosso, onde eles encostam os pés uns nos outros, como modo de união. E eles rezaram o Pai Nosso em libras, junto com a comunidade. No final da celebração, Frei Diego convidou aqueles que estavam com seus animais, para receberem a bênção de São Francisco - 

Fonte: http://franciscanos.org.br

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