Restauro
da Igreja da Ordem Terceira é destaque na grande mídia
30 de Novembro de 2012
O trabalho de restauro das fachadas e claustro da Igreja da Ordem Terceira da Penitência de São Francisco das Chagas, realizado pelo Instituto de Cultura Democrática (ICD), ganhou destaque em diversos veículos da grande mídia.
Além disso, o jornal O Estado de S. Paulo, em suas
versões impressa e online, e o jornal Diário do Comércio, também deram destaque
ao assunto. Este último em uma página inteira.
Com investimento de R$ 1,5 milhão, captado via Lei
de Incentivo à Cultura, trata-se de um dos mais relevantes restauros da cidade,
um dos poucos locais históricos a guardar sua estética original.
O trabalho é fruto de parceria entre a Venerável
Ordem Terceira de São Francisco da Penitência da Cidade de São Paulo, o
Ministério da Cultura (por meio da Lei de Incentivo à Cultura), o Instituto de
Cultura Democrática (ICD), a Formarte, a Mitra Arquidiocesana, o Governo do
Estado e a Concrejato.
Ordem Terceira terá
fachadas restauradas
Igreja no Largo São
Francisco, no centro de São Paulo, recebeu autorização para a segunda fase das
obras
04 de janeiro de 2011 | 0h 00
Tal e qual
os próprios ritos da Igreja, o trabalho de restauração de um templo histórico
tem suas etapas, divididas meticulosamente. Assim pode-se analisar a
restauração da Igreja da Ordem Terceira de São Francisco. A obra acaba de
receber autorização do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico,
Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat) para o início da segunda fase,
a restauração das fachadas, pintura e esquadrias, além da instalação de
equipamentos de acessibilidade.
"Basta
termos a captação dos recursos, via lei de incentivo, e iniciarmos o
trabalho", explica Rosana Delellis, diretora da Formarte, empresa
responsável pelo projeto, viabilizado pelo Instituto de Cultura Democrática. O
trabalho - orçado em R$ 3 milhões - deve começar até março e ser concluído em
um ano. O prédio é um dos mais representativos remanescentes da arquitetura
paulistana do século 18.
O templo
foi erguido em 1676, mas a ligação por um arco à Igreja da Ordem Primeira teve
as obras concluídas em 1736. Em 1783, graças à doação de um terreno, a pequena
capela foi ampliada, transformando-se na igreja com contornos atuais, com entrada pelo Largo.
Em 2009,
foi interditada por risco de desabamento. "A estrutura estava comprometida
por cupins e umidade", diz o engenheiro Wilson Braga. As paredes, na maior
parte de taipa de pilão, estavam em péssimas condições. Um ano depois, as obras
foram iniciadas. Na primeira fase, foram refeitas instalações hidráulicas e
elétricas, ao custo de R$ 5 milhões.
Nova fase.
Resquícios de afrescos foram descobertos por baixo das camadas de tinta das
paredes. A ideia não é recuperar toda a pintura original, mas manter essas
"janelas" à mostra, protegidas por vidros. "Recuperar toda a
pintura original deixará a obra 100% mais cara", justifica a arquiteta Fabíula
Domingues.
Um
inventário das peças da igreja também foi feito. São 7 mil itens, entre obras
de arte sacra, ornamentos e documentos. Em 2012, deve-se iniciar a terceira e
mais delicada fase: o restauro de peças sacras, quadros e altar. Ainda sem orçamento.
POR DENTRO
DA IGREJA
Pinturas e
restos mortais
Dentro da
igreja, nas laterais, há vários retábulos em estilo rococó e sua cúpula
original ostenta pinturas do fim do século 18. Lá também está o maior conjunto
de pinturas atribuídas a José Patrício da Silva Manso, mestre-pintor mineiro
que trabalhou em São Paulo entre 1777 e 1801.
A igreja
ainda guarda, em seu interior, os restos mortais do militar Rafael Tobias de
Aguiar, patrono do 1.º Batalhão de Polícia de Choque Rondas Ostensivas Tobias
de Aguiar (Rota).
ESPECIAL
- IGREJAS DE SÃO PAULO
IGREJA
DA ORDEM TERCEIRA DE SÃO FRANCISCO
Lincoln
Secco
O
nome antigo e escorreito deste templo é: Igreja da Ordem Terceira da Penitência
de São Francisco em São Paulo. Hoje: Igreja das Chagas do Seráphico Pai S.
Francisco. Ou simplesmente: Igreja da Fraternidade das Chagas. Fica ao lado da
Igreja de São Francisco. Por ela, o transeunte passa quase sem percebê-la. Os
que frequentam as igrejas da região preferem sempre a tradicional Igreja de São
Francisco. Por isso, a da Ordem Terceira está amiúde vazia. Ela foi fundada em
1676, nos primeiros tempos da Ordem que foi criada para mantê-la e preservá-la.
Dessa Ordem Terceira participaram os nomes mais ilustres das bandeiras
paulistas. Em tempos idos era famosa sua festa de Santa Isabel em julho,
sucedida pela festa de São Francisco das Chagas a 17 de setembro. Suas procissões
eram feitas em comum acordo com outra Ordem Terceira, a do Carmo. Seus recursos
crescentes permitiram que tivesse um novo retábulo em 1736-40, feito pelo
entalhador Luís Rodrigues Lisboa. Isto porque além das doações, missas
encomendadas e aluguéis, a Ordem Terceira tinha capital emprestado a juros que
lhe rendia quantia substanciosa. Daí os furtos que ela sofreu em 1754 e 1775. A
antiga capela foi demolida em 1783, para que se reerguesse em maior espaço e em
novas condições. Isto foi feito a partir do ano de Nosso senhor de 1787, como
reza placa colocada à sua entrada.
Em
1790-91 o nosso artista de tempos coloniais, José Patrício, pintou os painéis
grandes da capela-mor (Ortmann, História da Antiga Capela, p.91). No século XIX
acrescentaram-se os quadros que ainda hoje estão nas paredes deste antigo
templo. Curiosidade histórica foi a descoberta, em 1918, dos restos mortais do
Padre Feijó, nesta antiga capela. Foram trasladados à cripta da atual Catedral
da Sé. A atual igreja tem imagens de Santo Ivo doutor (cujo andor foi
instituído em 1784) e da Divina Justiça. Os antigos quadros oitocentistas que
representam São Gualter, São Francisco, Nossa Senhora e as várias fases da
paixão de Cristo estão lá, ainda que precisando de restauração. O hodierno altar
mor é o de São Francisco recebendo as chagas, que rivaliza em beleza com o
antigo altar mor da Imaculada Conceição, hoje um altar lateral. Os irmãos
terceiros que cuidam do templo são todos leigos. Mas devem seguir uma regra
rígida de conduta de vida pessoal, amando a Deus, o Santo Irmão Francisco e
dedicando-se também à caridade cristã. Devem passar por critérios rígidos de
admissão, depois do noviciado e do apostolado. A sua igreja necessita de alguns
reparos. Um dos retábulos está em reforma quase perpétua. Tanto o entalhador
quanto o dourador que a iniciaram já faleceram. Algumas goteiras vão minando o
templo. O tombamento desta e de outras igrejas, em vez de ajudar a preservação,
impede qualquer obra de restauro, impondo peias burocráticas e outras menos
confessáveis para a reforma. O poder público declarou esta tradicional ermida
um patrimônio histórico, portanto tombado. Mas nenhuma medida, nenhum recurso
amenizou a vida da igreja. Que, apesar de tudo, é cuidada com todo o zelo pelo
funcionário e irmão terceiro, Severino Pereira Barbosa. Sem falar do ministro
religioso do templo e de todos os irmãos que mantêm a tradição de uma capela
que nasceu no seiscentismo e de um templo que foi erguido no final do século
XVIII.
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Igreja das Chagas do Seráfico Pai São Francisco
Convento (já convertido em faculdade) e Igrejas de S. Francisco e da Ordem Terceira em 1862 (foto de Militão Augusto de Azevedo)
A Igreja das Chagas do Seráfico Pai São Francisco é uma igreja colonial localizada no Largo de São Francisco, no Centro Histórico de São Paulo, Brasil. O edifício foi inaugurado pela Venerável Ordem Terceira de São Francisco da Penitência em 1787.
História
Entre 1642 e 1647, os frades franciscanos instalados na vila de São Paulo do Piratininga construíram um convento e igreja na área mais tarde conhecida como Largo de São Francisco.[1] Em 1676, os irmãos da Ordem Terceira de São Francisco, dirigidos à época por frei João de São Francisco, iniciaram a construção de uma capela para a ordem no interior da igreja franciscana.[2] Essa primeira capela foi terminada em 1736 e era ligada à igreja conventual por um arco.[1]
Em 1783, os frades do convento doaram aos terceiros o terreno ao redor da capela para sua ampliação.[1] A capela de planta octogonal foi transformada em transepto da nova igreja, que passou a ter planta em forma de cruz com a fachada principal alinhada com a da igreja conventual.[2][3] Foi inaugurada em 11 de setembro de 1787.[2]
No interior, a zona do transepto tem uma cúpula octogonal, decorada com pinturas do século XVIII e aberturas para a entrada de abundante luz.[3][1] O transepto possui um altar dedicado a São Miguel e outro notável retábulo dedicado a Nossa Senhora da Conceição, realizado entre 1736 e 1740 pelo entalhador Luís Rodrigues Lisboa.[4][3][2] Este último, de talha erudita em estilo joanino, possui anjos atlantes que sustentam colunas solomônicas, uma novidade na São Paulo da época. Além disso apresenta outras características do estilo, como anjos sentados sobre volutas e trono escalonado.[4] Sobre o trono localizava-se um conjunto escultório de São Francisco recebendo as chagas, que na reforma de fins do século XVIII passou a ocupar o novo retábulo-mor, realizado em estilo rococó por José de Oliveira Fernandes em 1791.[4]
Além dos retábulos, o interior da igreja abriga o maior conjunto de pinturas de José Patrício da Silva Manso.[3] No teto da nave as pinturas de 1790-91 representam São Francisco entregando a regra ao irmãos terceiros, enquanto que na capela-mor o teto foi decorado entre 1791-92 com pinturas representando São Francisco subindo aos céus num carro de fogo.[1]
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